Artigo originalmente publicado no jornal Lavras News, na coluna Saúde e Meio Ambiente, em 23/07/2011
Muito se tem dito sobre o efeito estufa, que está causando o aquecimento gradativo da Terra. Como consequência desse aquecimento, são feitas previsões catastróficas a longo prazo. O problema é elas não estão corretas e os efeitos catastróficos das alterações climáticas já estão acontecendo. Nesse caso, o bom e o ruim são duas faces de uma mesma moeda e isto merece a nossa atenção. Tudo depende da intensidade das ações provocadas pelas atividades inconsequentes da humanidade.
A vida existe graças à energia contida nas radiações eletromagnéticas vindas do sol. Esta energia aquece a terra e o calor é devolvido ao espaço. A atmosfera, constituída basicamente por nitrogênio e oxigênio, deixa passar o calor de volta. Entretanto, alguns outros gases, como o CO2, o óxido nitroso (N2O), o metano e o vapor de água absorvem parte deste calor que foge da terra, mantendo a mesma aquecida como se fosse o teto de uma estufa de plantas. Daí o nome “efeito estufa”. Caso esses gases não existissem, a temperatura da Terra seria -18º, incompatível com a vida. Graças a eles, a temperatura média da terra é de 15º.

O grande problema é que as atividades humanas estão aumentando enormemente a quantidade de CO2 e de outros gases estufa na atmosfera, retendo mais calor. A estes gases somam-se outros, produzidos pelo próprio homem, como os clorofluorcarbonos. Em consequência, o aquecimento global está chegando mais rápido do que foi anunciado. Após 2050 o gelo desaparecerá do Ártico no verão e o nível do mar subirá de 18 a 59 cm, se a temperatura subir de 2 a 3 graus. Caso aumente mais, os efeitos se multiplicarão.
É preciso estancar, de fato, as emissões que provocam o aumento dos gases estufa na atmosfera. As medidas até hoje tomadas são tímidas. Torna-se necessário um verdadeiro mutirão para alterar o estilo de vida da humanidade. Na prática, é preciso diminuir a queima de combustíveis fósseis (N2O), limitar o aumento dos rebanhos de bovinos e outros ruminantes (metano) e reflorestar o planeta, intensiva e permanentemente.
De nada adianta plantar uma árvore se duas são cortadas em seguida. A isto devemos somar ações imediatas contra todo tipo de desmatamento e inibir energicamente as queimadas provocadas pelas mãos do homem, com as mais diversas finalidades. Assim, estaremos dando um pequeno passo em direção à salvação do planeta, que grita pela proteção de cada um de seus inquilinos, que somos nós.